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segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Dois Copos de Qualquer Coisa

Subiu-lhes à cabeça, mas não foi o dinheiro, foi meio litro de aguardente de figo na tasca do Carlos da Fé. Comeram uns acepipes, beberam, usaram a casa de banho mista no vão das escadas, pagaram e nem se despediram ao sair. Tinham um aspecto escuro, quase pareciam um casal de monhés, "são marroquinos" gritou o ti'António Mendes que entrava no estabelecimento aquando da saída do misterioso casal. Mendes era um homem batido pela experiência de uma vida de trabalho na ceifa por esse país fora, mas era também "galardoado" por da sua boca só saírem asneiras, e asneiras das grossas. Campeão olímpico da bizantinice sobre politica, desporto ou outro tema qualquer que se fazia por ali todas as manhãs até a hora do almoço se sobrepor ao aberrante debate.
"Marroquinos, daqueles de Marrocos ou não passaram do Algarve?" escarneceu o dono taberna, Carlos da Fé, enquanto lavava os copos por onde tinha bebido os dois clientes que serviam agora de mote à conversa. O velho António Mendes botou um ar sisudo, pensou durante uns segundos olhando para o copo de bagaço no balcão, bateu com a bengala no Preto, um gato que jazia no chão do boteco e exclamou de forma séria "talvez sejam franceses!"
   

1 comentários:

the weight of my words disse...

HAHAHA sim senhor, apreciei este pedaço de leitura!

és mesmo um Jénio

Post-It Amarelo Amarrotado

Se tivesse uma máquina de escrever não tinha um blog!